O que é Linha Viva?

A forma de energia mais flexível, mais usada e considerada insumo fundamental para o desenvolvimento econômico e social é a energia elétrica. No setor elétrico, a eficiência e a continuidade do fornecimento de energia são essenciais, sobretudo em um mundo cada vez mais dependente de eletricidade em que sua demanda só faz crescer. Por isso, está cada vez mais caro e inviável para as concessionárias de energia elétrica desligarem seus ativos para as devidas manutenções. Sendo assim, a estratégia mais eficiente para atender as demandas de manutenção em Linhas e Redes é a Linha Viva, ou TcT (Trabalhos com Tensão).

Neste artigo, vamos explorar o que é Linha Viva e as suas três principais modalidades de trabalho, mostrando sua importância para a operação eficiente e segura no setor elétrico.

O que é Linha Viva?

O conceito de Linha Viva refere-se à metodologia utilizada para realizar manutenção de sistemas elétricos sem o desligamento do circuito. Isso é crucial tanto para evitar transtornos aos consumidores bem como otimizar a produtividade das concessionárias distribuidoras e transmissoras de energia.

O método de Linha Viva possui diferentes nomes em diferentes lugares do mundo:

  • Trabajos con Tensión (TcT);
  • Trabajos en Tensión;
  • Trabajos en Caliente;
  • Línea Viva (LLVV);
  • Live Working;
  • Hot Line;
  • Live Line;

Podemos entender qualquer um dos termos citados acima como Linha Viva. Esse método é altamente seguro e segue 3 premissas básicas suplementares demonstradas na tríade a seguir:

O que é Linha Viva? Tríade da L.V.

Em outras palavras, cada um desses pilares é indispensável e interdependente, isto é: a metodologia só funciona quando todos estão presentes e operam em conjunto. Empresas especializadas, como a CTST, oferecem treinamentos voltados para capacitar e reciclar profissionais a trabalharem de forma segura e eficiente com essas técnicas.

Os 3 métodos de Trabalho em Linha Viva

No setor elétrico, o trabalho em Linha Viva pode ser realizado de três formas distintas. Cada uma dessas modalidades é escolhida conforme o tipo de manutenção necessária, o nível de tensão do circuito, complexidade do acesso ao sistema, e outros variados fatores. Vamos verificar cada uma das três modalidades com atenção:

Método à Distância em Linha Viva

Nos procedimentos de trabalho à distância, o eletricista geralmente se mantém no potencial de terra. Esse método caracteriza-se principalmente pela necessidade de manter o eletricista a uma distância segura do condutor energizado. Para isso, os profissionais capacitados utilizam bastões isolantes a fim de realizar diversas tarefas nas Linhas e Redes sem a necessidade de contato direto com o sistema energizado. Essas ferramentas são altamente versáteis, resistentes mecanicamente e eletricamente. Existem de diversos tipos e tamanhos, adaptados a tarefas específicas, como medir tensão, realizar manobras, substituir temporariamente alguns componentes, dentre outros procedimentos.

Eletricistas de Linha Viva. Método à Distância.

Em relação aos equipamentos de posicionamento e elevação, a ND 4-4 revisada e disponibilizada pela CEMIG Distribuição discorre que no método à distância “os eletricistas executam manutenção em redes energizadas estando em potencial de terra, posicionados nas estruturas por meio de escadas, esporas, degraus de fibra ou até mesmo em potencial intermediário (…)”.

Nesse contexto, a combinação das ferramentas adequadas com o uso correto dos equipamentos de posicionamento torna o trabalho à distância uma solução versátil e segura.

Essa modalidade é amplamente empregada em Redes de Distribuição e em Linhas de Transmissão em qualquer nível de tensão, principalmente onde o posicionamento é limitado.

Método ao Potencial em Linha Viva

No trabalho ao potencial, o eletricista entra em contato físico com o circuito energizado, operando no mesmo potencial elétrico do condutor: o potencial de fase. Nesse método, o profissional permanece em todo o tempo da manutenção da Linha no mesmo potencial elétrico do circuito.

O uso de vestimentas condutivas caracterizam o método, funcionando com o mesmo princípio da gaiola de Faraday, isolando o corpo do operador dos efeitos do campo elétrico gerados pelo condutor em Altas Tensões. Tais efeitos podem gerar no eletricista desprotegido: sensações de formigamento, queimaduras, e outros incômodos.

Em tensões mais elevadas, os trabalhos à distância, apesar de mais limitados, também são aplicados durante o processo de equalização de potencial antes do contato do eletricista com a Linha.

O trabalho ao potencial exige um alto nível de especialização, treinamento e rigor nos procedimentos, bem como técnicas de escalada com cordas e equipamentos de segurança para acesso à estrutura.

Esse método é geralmente utilizado em Linhas de Transmissão e Subestações de Alta e Extra Alta Tensão, a partir de 35kV.

Método ao Contato (Potencial Intermediário) em Linha Viva

Nesta modalidade, o eletricista não trabalha no potencial de fase e nem no potencial de terra. Ele usa equipamentos e ferramentas que o isolam do potencial energizado e do potencial de terra, trabalhando assim, em um potencial chamado intermediário ou flutuante.

O profissional capacitado utiliza não apenas luvas e mangas isolantes de alta resistência a eletricidade, mas também equipamentos isolantes, como coberturas e lençóis de proteção, que permitem o manuseio direto do condutor energizado. Assim, esses equipamentos controlam o risco de toques acidentais, protegendo o eletricista e o sistema contra curto-circuito, arco elétrico, choque elétrico e, em consequência, o corte de energia.

Além disso, o uso de equipamentos de elevação e posicionamento, como cestas aéreas, andaimes, plataformas e escadas isolantes, garantem que haja resistência suficiente para que o trabalhador esteja protegido em condições de isolamento com o circuito.

Soluções Personalizadas em Linha Viva com cesta aérea - CTST

Esse método é amplamente utilizado em Redes de Distribuição e em Subestações de Média Tensão, entre 1 kV a 35 kV. Essa limitação de nível de tensão neste método se deve às tecnologias de materiais e equipamentos atuais. Em altas tensões, luvas, mangas, coberturas e lençóis seriam mais espessos e pesados a ponto de inviabilizar o trabalho dos eletricistas.

Por fim, os equipamentos de elevação adequados facilitam o acesso do operador, permitindo a realização de tarefas detalhadas com segurança na Rede elétrica, permitindo a continuidade do fornecimento de energia.

Conclusão

É bem comum em muitas situações de manutenção em Linha Viva, os profissionais utilizarem mais de um método durante a mesma operação. Além disso, também é possível utilizar os equipamentos de um método em outro para a execução de determinadas tarefas. Em suma, existem várias maneiras de realizar o mesmo procedimento. A escolha do método e dos equipamentos depende da análise de risco bem-feita, disponibilidade dos recursos, conhecimento e da estratégia da equipe envolvida. Cada situação de manutenção exige uma análise criteriosa para determinar a abordagem mais segura e eficaz.

Além disso, o trabalho em equipe é fundamental nesse processo, já que a comunicação e a coordenação entre os seus integrantes são essenciais para garantir que se utilize adequadamente os métodos e equipamentos, garantindo a segurança e o sucesso da operação.

A fim de manter os trabalhadores sempre atualizados das melhores práticas da metodologia de Linha Viva, investir em treinamentos especializados e recertificações periódicas é essencial. Se sua empresa busca capacitar seus profissionais da manutenção ou deseja saber mais sobre nossos treinamentos em Linha Viva, entre em contato conosco e descubra como podemos ajudar a otimizar suas operações com segurança e eficiência. Juntos, podemos garantir um futuro seguro e confiável para o setor elétrico.

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